sábado, 22 de maio de 2010

Amor: como isso acontece


Será que existe razão pras coisas feitas pelo coração? Gostamos de pensar que a nossa mente e 
os nossos sentimentos vivem separados, mas muito do que se relaciona ao amor, paixão, namoro e  tem a ver com bioquímica, biologia da evolução e neurologia. Mas, sabemos que a ciência não descobriu tudo. Ainda sobra aquele restinho de mistério. E vc já se perguntou o que faz vc se interessar por uma pessoa e não por outra? E pq depois de pintar um clima com alguém que a gente começa a gostar, o corpo detona efeitos diferentes? 
Como a gente sabe que está apaixonado? 
É fácil. Vc vai ficar meio aéreo e dormir menos e ficar horas e horas pensando na pessoa amada – um comportamento quase compulsivo parecido ao que acontece com quem tem vício, dependência química. Hum, pode parecer estranho, mas a bioquímica explica isso. Quando estamos apaixonados produzimos mais um neurotransmissor: que é a dopamina. O mesmo que aparece em situações de vício ou prazer. Ele mexe com uma parte muito profunda do cérebro que controla o sistema de recompensa. É esse sistema que avisa o cérebro sempre que uma coisa boa está por acontecer. Enquanto a dopamina anda solta por conta do estado de paixão, a sua felicidade depende da outra pessoa. Se ela telefona ou manda um email, vc vai ao paraíso. Quando ela some, vc vive uma agonia lenta, desesperada. Se vc está sentindo tudo isso, comemore. Vc está apaixonado. 
Somos todos monogâmicos? 
Para a maioria dos animais, a monogamia está associada aos cuidados com a prole. Os pássaros, por exemplo, tradicionalmente considerados como modelo de associação monogâmica, teriam adotado essa estratégia pressionados pela necessidade de investir energia na construção do ninho, incubação dos ovos, alimentação e proteção dos filhotes indefesos.
A monogamia é uma situação extremamente rara entre os mamíferos, apenas 3% das espécies são monogâmicas. Pq estamos entre elas? Há 3 milhões de anos, nossos ancestrais desceram das árvores e começaram a andar eretos. O que foi uma super complicação para as fêmeas que não conseguiam mais carregar os filhotes nas costas, como fazem os chimpanzés. Como não tinha jeito de colher raízes e se defender de leões e ao mesmo tempo segurar bebês nos braços, elas passaram a precisar da proteção e sustento masculino. Já pros homens seria muito trabalhoso alimentar e defender mais de uma mulher. 

Amor duradouro 
Ao longo da nossa evolução, o cérebro humano foi ficando maior e, as mulheres passaram a ter dificuldades com o nascimento destes bebês cabeçudos. Pra facilitar o parto de bebês grandes a região pélvica teria que crescer. Mas, se a pélvis crescesse, os humanos não poderiam andar eretos. Aí começaram nascimentos imaturos que deram certo. Só que os bebês começaram a nascer mais indefesos e dependentes da mãe (um humano leva 18 anos pra ficar adulto, 8 anos a mais que um filhote de chimpanzé). Aí a natureza criou os hormônios ocitocina e vasopressina, pra fazer mães e pais ficarem cuidando de seus filhos. Hormônios que aparecem no amor da ligação e companheirismo. E a ciência mostrou que com estes hormônios as pessoas ficam mais calmas e seguras. Tudo bem diferente da paixão. E foi assim que surgiram as famílias.
E aí?
Misturar ciência e sentimentos parece estranho? É mas, a ciência não deixaria um sentimento como amor de lado. Agora, quando vc se interessa por alguém tem tanta coisa envolvida: a sua história, as suas expectativas, os seus valores. Aí vcs começam a se conhecer, conversar, conversar e se entender. Daí pra frente, o que vai acontecer tem muito a ver com a dança de hormônios dentro da sua cabeça. Ou vc já viu alguém tomar, racionalmente, a decisão de se apaixonar? Que legal que podemos contar com uma química que nos anima tanto e curtir quem a gente gosta. Se vc ta nessa, parabéns. Se vc anda feliz ao lado de alguém, aproveita. Afinal, a evolução percorreu milhões de anos pra que vcs pudessem estar juntos. Aproveita a felicidade a dois! E aprenda com cada relacionamento seu. Não importa o tempo que ele tiver durado. Se foi mais longo ou mais curto, a gente aprende com cada troca, cada vivência. Vc faz os seus vínculos e isso faz parte do jeito que temos pra aprender a se relacionar, a levar a nossa vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
;